quinta-feira, 19 de abril de 2012

Poema para S.J. do Rio Preto

Guardo as tardes de outubro
e um poema para ler amanhã.

Cedo,
o sol se esconde
atrás dos laranjais.

As andorinhas pousam,
alegram o céu e as árvores.
Aguçam a memória dos casarões,
ouvem os sinos das igrejas
antes de ouvirmos Ave-Maria.

Estrelas cadentes nascem,
deslizam, colorem horizontes.
As moças decifram sonhos,
leem as mãos dos poetas.

São eternas
as fotografias
da alma.

Ouço movimentos:
pedras passos raízes
crianças árvores.

Relógios marcam 30°.,
mesas decoram as ruas,
invadem as calçadas;

ao redor, olhares em círculos
expressam contidos desejos.

Nas sombras dos muros,
rapazes erguem os braços.
Medrosos,
ouvem zumbis tatuados;
sôfregos, fogem da luz.

Na memória,a cidade se movimenta,
esquenta a temperatura das cores.

Mais horas são necessárias
para o trabalho das tardes.

Pensam os homens nas festas
que o tempo ainda não desenhou.

Nenhum comentário:

Postar um comentário