domingo, 22 de abril de 2012

Sem saL

e ss e
o ss o
a ss a

in ss
o ss o

in
só lito
sem sol
sem sal

quinta-feira, 19 de abril de 2012

Poema para S.J. do Rio Preto

Guardo as tardes de outubro
e um poema para ler amanhã.

Cedo,
o sol se esconde
atrás dos laranjais.

As andorinhas pousam,
alegram o céu e as árvores.
Aguçam a memória dos casarões,
ouvem os sinos das igrejas
antes de ouvirmos Ave-Maria.

Estrelas cadentes nascem,
deslizam, colorem horizontes.
As moças decifram sonhos,
leem as mãos dos poetas.

São eternas
as fotografias
da alma.

Ouço movimentos:
pedras passos raízes
crianças árvores.

Relógios marcam 30°.,
mesas decoram as ruas,
invadem as calçadas;

ao redor, olhares em círculos
expressam contidos desejos.

Nas sombras dos muros,
rapazes erguem os braços.
Medrosos,
ouvem zumbis tatuados;
sôfregos, fogem da luz.

Na memória,a cidade se movimenta,
esquenta a temperatura das cores.

Mais horas são necessárias
para o trabalho das tardes.

Pensam os homens nas festas
que o tempo ainda não desenhou.

quarta-feira, 18 de abril de 2012

Vivência do Interior

Guardo as tardes de outubro
e um poema para ler amanhã.

Cedo,
o sol se esconde
atrás dos laranjais.

Estrelas cadentes nascem,
deslizam, colorem horizontes.
As moças decifram sonhos,
leem as mãos dos poetas.

São eternas
as fotografias
da alma.

Ouço movimentos:
pedras passos raízes
crianças árvores.

Relógios marcam 30°.
mesas decoram as ruas,
invadem as calçadas;

ao redor, olhares em círculos
expressam contidos desejos.

Na sombra dos muros,
rapazes erguem os braços.
Medrosos,ouvem zumbis tatuados,
sôfregos, fogem da luz.

Na memória,a cidade se movimenta,
esquenta a temperatura das cores.

Mais horas são necessárias
para o trabalho das tardes.

Pensam os homens nas festas
que o destino não traçou.

quinta-feira, 12 de abril de 2012

Poema Metido à Besta

Para escapar do tédio,
tome Pílulas filosóficas
entre o café da manhã
e o breakfast das cinco.

Entre o sono
e a vigília,
leituras leves,
com pitadas
de Nietzsche,
Schopenhauer
e Lacan.

Se continuar os sintômas,
adormeça e escape da
entropicoinertemania.


Escreva poemas
e ensaios literários
após as refeições.

Na madrugada,
não ouça programas religiosos,
não assista os filmes
da sessão coruja.

Seja fã das bandas de rock
da Turquia e da Ucrânia,
mas não deixe de assistir
aos concertos da filarmônica
de Israel, Londres e Berlim.

{No Brasil a Sinfônica de São Paulo
desperta ouvidos do mundo}.

segunda-feira, 9 de abril de 2012

Águas de Abril

Temporais riscavam
maus presságios nos céus.
Janelas e portas se fechavam,
a cidade perdia-se no vento.

Poetas ouviam versos
vindos das nuvens.

Jovens amantes
despertavam prazeres
e esqueciam da tarde,
onde pedras rolavam
ladeira a baixo.

{Mulheres recolhiam lembranças}.

Absorto,
eu via homens de pedra
e alma vazia.

Nas montanhas,
desciam corpos molhados
das filhas do sol.

Relâmpagos iluminavam as ruas,
a vida renascia sobre as águas.

sexta-feira, 6 de abril de 2012

nA BocA

dor(mente)
a palavra

des

liza nos
lábios.

muda
não morde

veste
sílabas

desmaia
na boca
fechada

dura morre
colada
no escuro.

Riscos

O poeta corre riscos,
mas sente a delícia das manhãs
onde guarda lembranças
e fragmentos de sonhos.

{Ouve pedras e flores}.

Em caixas de vento
coleciona palavras
e sentimentos.

Nas sombras do tempo,
vê réstias do sol;

despede-se das árvores,
espelha-se na chuva,
deita sobre estrelas
espalhadas no chão.

Atrás das portas,
chora saudades,
espera o amor.

terça-feira, 3 de abril de 2012

Um poema no ar

Um poema com versos ouro.
Que faça cair lágrimas
na face dos homens
de coração vadio.

Um poema solto nas árvores,
que ouça o lamento das pedras
e adormeça os pássaros.

Quero o poema em nuvens,
acordando estrelas e anjos,

na luz do olhar noturno
e na alvura das asas
do amor voltando.