sábado, 30 de outubro de 2010

Fotobiografia

Minha alma é arte e água.
Deságua, desaba e sangra
na boca dos homens
dos peixes.

Desliza na nos lábios de Deus,
transforma-se no lodo e na poeira,
afoga-se nas cores do mar.

Letras

Voam as letras...
seguem poemas de nuvens,
no silêncio dos lábios,
nas cores do céu.

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Adoro

adoro ilhas linhas
traços troços da filha
alvas folhas
soltam as cores
na volta do sol

na ponte
a fonte
concreta
dança
no ar.

Adoro
remar
no po
emar.

Poemínimos

Teatro Nô

no escuro
um kamikase
abre a boca
nada fala
solta pum.


ZEN


u m

c í r c u l o

u m c i r c o

a b e r t o

e m
l o n a


n u v e m
p o s t a


II

Palhaços

invisíveis,
palhaços gargalham no ar.
Alegres, assustam.

Entre urros e silêncios
a plateia vai ao chão.



nos fios da teia
aranhas não morrem.
Cai a chuva.

Divinos olhos iluminam
árvores pedras asas

p á s s a r o s


o deus das águas
guarda os peixes
o riso abençoa
chove lágrimas.

O céu se abre
na palma da mão.
Em ondas o amor
transborda no mar.

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

O Galo

          Cisca na lama das margens,
    os versos escritos com lâminas.

              engasga-se na primavera,
                 encandecido pelo ouro
                                      da aurora.

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Um Mês Cheio de Si.

Outubro chegou cheio de si.Soprou um vento frio,pingou uma fina chuva,o sol baixou mais cedo.Vaidosamente,quase escrevi um poema autobriográfico.Tentei falar de dores,vitórias, aplausos,viagens inesquecíveis.Ai,falar de amores numa hora dessas,não.Desisti.
A pobre rima derramou-se num prato frio,temperado com vaidade e o molho vermelho de perigosa vida. O poeta não se permitiu a tal zelo.
O poema foi pensado. Setembro chegou ao fim.Sem autobiografia e inspiração tardia, desfio palavras arranjadas num outubro frio, após assitir a um concerto de música barroca, para purificar a alma e exercitar a vida com serenidade.