sábado, 18 de dezembro de 2010

A volta do amor

O amor voltou à minha sala. 
As janelas libertam 
os pássaros adormecidos na alma. 

Alvas são as cortinas, 
as músicas que canto,
as mais belas, 
movimentam as cores
 nos meus lábios.

Arcos e Velas

Antes que acabem as lembranças,
sigo os barcos pintados em panos de prato.

Nas dobras do caminho, velas e arcos;

no papel picado, escorrem lágrimas.
solitárias desenham crianças.
Nas salas em cores,
acordam poetas.

Resguardam certezas,
murcham tuas flores.
Dentro dos olhos,
apagam-se estrelas.

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

A moça que cantava blues

Havia pequenas estrelas bordadas no vestido amarelo.Silenciosa, acordava antes do meio-dia.Olhávamos profundamente seus olhos; Nuvens escondiam amores,caminhadas nos desertos,flores miúdas colhidas nos quintais de agosto,alegravam a ceia.
Enfeitava-se toda, batucava pedras e tambores. Os cabelos castanhos, presos com fitas douradas,soltavam-se na horas dos sonhos.
- Essa moça é estranha.- ouvíamos frases vindas das mesas dos bares e e ecoavam nas esquinas de uma sexta-feira,37°C., chuva só depois de domingo.
- Donde veio? -Queriam saber insistemente.
- Os cabelos são cheirosos.
-É distraída, mas fica nessas roupas tão bonitas.
-Tem um balanço no corpo de quem adora o mar.

Às vezes assobiava um blues de John Lee Hookes,imitava a voz de Ella Fitzgerald.
Dias se passaram e ninguém mais ouviu os assobios da moça. Centenas de olhos e dedos,não contaram as estrelas nos vestidos,nem perceberam que a mesma moça estava ali naqueles bares a cantar e dizer os versos doces e puros.