sexta-feira, 11 de junho de 2010

Um Poema no lixo

Faltou um 'q'
um porém
um mas

contudo

faltou
falto
falt
fal
fa
f.....

...aos pedaços, o poema quebrado saltou no lixo sem nada dizer.

Se disse algo
o som se foi
abafado fodido
lá dentro da lata
na hora H
na correria.

Faltou o riso
no dia suado
na pele
no dente
sem brilho
na boca
na alma
no olhar do gari.

quinta-feira, 10 de junho de 2010

O sol de  iluminava uma tarde de março. A vida desandava,esquecia relógios sobre a mesa de jantar, Saía para a rua sem fechar a casa, e esquecendo a chave na porta. No banheiro, olhava-se no espelho e pergunta:"cadê a tolha"?
Não perdia vida, mas seus objetos e contratos.Quantas vezes em viagens, o ônibus partia e  ficava sem rumo e sem grana para o hotel.. Encasquetava. A partida era às 15 horas. Ao caminhar até a plataforma lá vinha a surpresa:O ônibus havia partido um hora antes.
Nesse período,  costumava caminhar num parque próximo à sua casa. Sempre aqui e acolá,olhava  o céu. Via dezenas de garças a voar. Sentia inveja.  Altiva, nos sonhos ganhava alturas.
Cabisbaixo,sentia a podridão dos rios,o lixo nas calçadas.A crise financeira se alastrava pelos continentes, e falta de educação dos moradores do  bairro. Um rio podre dividia a cidade ao meio.

sábado, 5 de junho de 2010

O fim de tudo.

Plácidas galácias
consomem os olhos.

Pálidos luares fotografados
além da altura dos muros.


Colhem as mãos,
as últimas flores.

A passos lentos,
caminham os homens.

Em destroços,
filarmônicas.
No ar,
funéreas canções.


Dos lábios,saem as almas.
Celebram as horas finais.

Ladeira a baixo,
Relógios e sinos.

Crianças dormem,
mulheres sonham.

Em segundos,
imagens revelam
o medo de tudo.

O juízo final assombra.
Fere a pele rósea dos anjos.

quarta-feira, 2 de junho de 2010

Em Cena


os olhos

g
iram

re
viram
re

c

olhem
a luz


os olhos
sonham
encenam:

vem um homem
calmo e solitário
no mundo

verd

e

lindo.