Há poesia nos cabelos
cobertos com pano
bordado
nos pés
nos calos nos dedos
da mão
enrugada
a poesia não dorme,
não fede, não cheira.
Espalha-se no lixo;
na lama das calçadas,
nas cidades de lata.
Entre espelhos quebrados,
potes de vidro, papel
e plástico.
Na boca vazia,
a poesia lambe o nada
masca e cospe
a flor esmagada.
Nas sombras dos muros
restos de ossos temperam
morangos mofados.
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