Relâmpagos iluminam a noite,
rolam pedras sobre as casas.
Espalham flores nas ruas,
escondem os pés de amigos
que viajaram sem adeus.
Numa caixa, vejo cabeças
de homens cegos e mulheres
que vagam desertos.
No espelho, gotas de sangue
desenham corpos sem alma.
Meninos engolem o vento,
exibem braços tatuados
com dragões e águias.
Quem sabe amanhã,
depois do café,
biscoitos ingleses
serão comprados?
Guardam meus olhos
paisagens e lugares
onde adormecem amores.
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