quinta-feira, 29 de novembro de 2012

A tarde

A tarde se desnuda
 se despede e pede
 um poema concreto
escrito no asfalto.

Ilumonado pelo sol
na linha do equador

o pé direito colado em nuvens cor de rosa
o  esquerdo calçado na meia azul turqueza.

A tarde desgruda-se dos meus ombros.
 Cansado, espero amores encontrados
 antes dos temporais ao meio-dia.

Não uso botas de lã.
Caminhos no invisível.
Há metafísicas demais
nos bolsos furados da velha
calça jeans,

 Visto camisas desbotadas
 de saudades das ruas.
Ventos sopram a pele,
lambem a tatuagem
de dragões e serpentes,

cortam fios de seda,
espalham a poeira
do mês, guardada
na sola dos pés.

Sinto o cheiro azedo de London.
Ouço o eco das guitarras,
 e o tlin tim dos copos cheios de rum
 e rodelas de limão.

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